25 de outubro de 2008

Festivais de Outono Aveiro '08



A edição de 2008 dos Festivais de Outono da Universidade de Aveiro pretende continuar as linhas de programação solidificadas nos anos anteriores da sua existência, as quais privilegiam, de forma transversal, a criação artística, a dimensão performativa e a intervenção pedagógica e científica.

A programação, que agora se apresenta, reflecte uma tendência para um alargamento e evolução de conteúdos que extravasa o modelo clássico de festival de música erudita. Assim, a par de concertos de música dita “clássica”, que vão desde a tradição polifónica do Maneirismo até à música contemporânea, passando pelas experiências e reflexões performativas, consubstanciadas nos concertos de investigação, os Festivais de Outono reflectem este ano o incremento que, ao nível das pós-graduações em Música, se têm vindo a verificar ao nível dos estudos em etnomusicologia e na área do jazz.

Pretendeu colocar-se a tónica da programação no cruzamento de práticas musicais como acontece, por exemplo, quando se reúnem, no mesmo concerto, as polifonias populares alentejanas d’ Os Ceifeiros de Cuba e os motetes de Frei Manuel Cardoso “de Fronteira”, interpretados pelo Vocal Ensemble; ou ainda, como no recital em pianoforte, de Helena Marinho, instrumento histórico para o qual três compositores do DeCA escreveram por encomenda dos Festivais de Outono. É nesta linha programática que decorre um pequeno festival dentro dos Festivais, em torno do Quasars Ensemble de Bratislava, que apresenta música portuguesa e também de compositores oriundos desta nação cultural emergente.

Mas apesar de serem pensados a partir da Universidade de Aveiro, os Festivais de Outono não são uma mera manifestação de eventos de natureza académica, antes procuram lançar estradas de comunicação com o exterior, permitindo, estas, tanto uma descentralização das forças criativas intrínsecas à Universidade, no plano profissional performativo, como trazer para o espaço da cidade de Aveiro e da sua Universidade elementos de fertilização, de inspiração e de experiência.

António Chagas Rosa

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